SORAYA DÔRA

Era uma tarde de verão. Embora algumas nuvens forrassem o céu, o mormaço era predominante. Todos buscavam o frescor das sombras. Soraya Dôra precisava de silêncio interior, a introspecção nesse momento tão turbulento seria o mais sensato, afinal, agir por impulso jamais fora sua conduta. O mar seria o lugar para as suas reflexões, ele acalmava e trazia a paz desejada. Resolveu partir, e seguiu para uma praia distante, não queria correr o risco de encontrar alguém conhecido. Insegurança e solidão, sempre estiveram muito presentes na sua vida. Controlar aspectos marcantes de sua personalidade era um suplício, entretanto, teria de ter a coragem para encará-los.

Já na praia, seus pensamentos a princípio sem segmentos começam a se dispersar. A tranqüilidade parecia tomar forma. A brisa oxigenava seus pensamentos que por vezes a asfixiava; as ondas com seus movimentos cíclicos esmiuçavam sentimentos salutares; os banhistas com desejos e sentimentos atrozes ou não, comungavam das mesmas alegrias.

O olhar de Soraya Dôra começava iluminar com o curso natural das coisas que se apresentavam. Seu humor que por hora era intempestuoso, gradativamente se dispunha vistoso e descontraído. Alforriada das ideias delirantes retorna ao lar completamente revigorada. Com total despretensão e absorta solicitude, um colorido vivaz revela-se diante dos seus olhos, e percebe que a vida não é apenas respirar ou ir e vir, é muito mais complexo e sonhador. Estaria pronta nesse momento a viver de forma plena e inteira. Sorrir, sorrir e sorrir seria seu lema!

Comentários

Lau disse…
Gostei muito do seu texto. Sandra.

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